sábado, 8 de setembro de 2012

C. A. Nickell - Síntese de 1 Coríntios


Síntese da Carta aos Coríntios – 1ª




Rev. C A Nickell, professor de Síntese Bíblica no Seminário Batista Regular do Sul



Escritor: Paulo, o apóstolo – 1:1.

Para a Igreja em Corínto, todos os crentes – 1:2.

Data: Cerca de 59 A.D. (Escrita de Éfeso 16:7-8). Durante a terceira viagem missionária.

Propósito: Responder perguntas dos membros em Corinto sobre problemas na Igreja – 7:1 e repreender o pecado,imoralidade e divisão na Igreja – 1:11-13. Defender o seu apostolado.

Versículo chave: 14:33, 40.



Coisas notáveis:

  1. Corinto era uma cidade do sul da Grécia, rica, populosa e imoral.
  2. Foi fundada por Paulo, como resultado de dezoito meses de trabalho. Efésios 4:15 com Atos 1:8.
  3. O assunto é o modo cristão de vida.
  4. Paulo tinha que corrigir os seguintes problemas: a) divisões – 1:10 a 4:16; b) Imoralidade – 4:17 a 6:20; c) Casamento – 7:1-14 (v. 12); d) Liberdade cristã – 8; e) Ceia – 11; f) Evangelho e imortalidade – 15; g) Dinheiro – 16.



  1. Corinto era um centro de sabedoria secular mas a cruz de Cristo é a antítese da sabedoria mundana – 1:18
  2. Todos os problemas que encontraram em Corinto mais cedo ou mais tarde enfrentaremos em nossos ministérios – a solução encontraremos em Primeiro e Segundo Coríntios – Graças a Deus pelas respostas!
  3. Doutrina desta epístola é de repreensão e correção.
  4. Bem, notável que na Igreja ou em nossas vidas as desordens entram quando não reconhecem Jesus Cristo como Senhor. 1 Coríntios 1:10 e 6:13.


Professor C. A. Nickell - Síntese do livro de Atos


Síntese do livro dos Atos dos Apóstolos






Rev. C A Nickell, professor do Seminário Batista Regular do Sul







Escritor: Lucas, o médico – Escritor do terceiro evangelho – Lucas 1:4; Atos 1:2. A terminologia médica está usada, assim indicando que era o escritor – 3:7; 9:18; 12:23; 13:11. A carta de II Timóteo 4:11 declara que Lucas acompanhou Paulo nas viagens dele, provando sua autoria. 16:9-12; 20:5;21:18;27:1 a 28:16.

Para o nobre Teófilo 1:1 - A todos que tem interesse no princípio da Igreja de Jesus Cristo e sua obra nos primeiros anos da vida da Igreja.

Data: 63 D.C.

Propósito: Dar a história da continuação da obra que Jesus Cristo iniciou. A obra agora feita pelos discípulos de Jesus Cristo sob a direção do Espírito Santo. 1:1-2.

Versículo chave: 1:8

Palavras chave: “nome” 33 vezes; “Espírito” 54 vezes.

Coisas notáveis:

  1. Pedro é o instrumento humano central nos capítulos 1 a 12. E Paulo nos capítulos 13 a 28. Ambos sob a direção do Espírito Santo.
  2. O livro pulsa como uma “nova vida”, a do Espírito Santo. Por toda a parte ele é visto como o diretor, fonte de poder, consolador e edificador.
  3. Grande proeminência é dada ao Senhor Jesus Cristo, especialmente quanto a sua ressureição.
  4. O organismo, recém-formado, a Igreja, também é proeminente.
  5. O Dia do pentecoste é o nascimento da Igreja.
  6. A igreja é missões e “missões” é a Igreja. Estas nunca podem ser separadas. A Igreja em Antioquia é um exemplo. 13:1-4; 14:26-28.
  7. Interessante ver como é cumprido o verso 1:8. Inicia com a pregação em Pentecostes e terminam com o Evangelho pregado em Roma.
  8. A ressureição de Jesus veio a ser o ponto central e invariável pregação dos apóstolos. 4:12
  9. No livro de Atos temos o desenvolvimento da igreja, nascimento, desenvolvimento, crescimento, organização e diário [ACC: cotidiano].

Jóias do livro:

  1. Cap. 1:8 - Últimas palavras de Jesus Cristo na terra
  2. Cap. 1:11 – A promessa da Segunda Vinda
  3. Cap. 2:1-4 – Cumprimento da promessa de Jesus em João 14:16
  4. Cap. 2:5-11 – Propósito das línguas – evangelização
  5. Cap. 2:42-47 – Vida na igreja primitiva.

quarta-feira, 13 de junho de 2012

Israel Carlos Biork - A obra do Espírito Santo

A PESSOA E OBRA DO ESPÍRITO SANTO

Israel Carlos Biork

Os pentecostais APELIDARAM, ORGULHOSA e PEJORATIVAMENTE, todas as denominações e igrejas evangélicas que não são pentecostais, de TRADICIONAIS. Vou falar sobre os dois, os PENTECOSTAIS e sobre os TRADICIONAIS.

Uma das causas (1) do grande mundanismo; (2) do grande esfriamento espiritual; (3) da falta de vida cristã genuina, bíblica, nas denominações e igrejas apelidadas de TRADICIONAIS; e, (4) pior ainda, da grande explosão do PENTECOSTALISMO no século XX, fazendo surgir centenas de novas igrejas locais e novas denominações, algumas evangélicas e outras heréticas, todas de linha pentecostal, foi o DESPREZO e a IGNORÂNCIA da OBRA do Espírito Santo. Os apelidados de TRADICIONAIS ignoram e desprezam a obra do Espírito, Os PENTECOSTAIS, muito embora falem muito em obra do Espírito, ignoram e desprezam do mesmo modo. Aliás, esta chamada obra do Espírito, tão propalada pelos pentecostais, tem sido uma das razões do grande divisionismo entre eles, criando pentecostais de todos os tipos e cores, desde os mais LEGALISTAS até os mais LIBERAIS, e centenas de outros tipos pelo meio, de tal modo que criou uma grande confusão no meio dos evangélicos.

TRADICIONAIS e PENTECOSTAIS ignoram e desprezam a obra do Espírito. Pretendo provar isto, dentro da Bíblia e na prática. Leia nos próximos editoriais deste boletim. Voce pode ajudar. Veja na Bíblia tudo, mas tudo mesmo, que ela diz sobre a PESSOA e OBRA de DEUS PAI; tudo que ela diz sobre a PESSOA e OBRA de DEUS FILHO; e tudo que ela diz sobre PESSOA e OBRA de DEUS ESPÍRITO SANTO. Voce notará uma grande diferença entre o que a Bíblia diz sobre a PESSOA e OBRA do Pai e do Filho, em relação ao que ela diz sobre a PESSOA e OBRA do Espírito.

(Igreja Batista Maranata, Rio Claro, 05/05/1985).

sábado, 28 de abril de 2012

Pastor C A Nickell: Síntese de Filipenses


Síntese da Carta aos Filipenses

Rev. C A Nickell



Escritor: Paulo,o apóstolo, 1.1. Timóteo é ligado com ele em 1.1.

Endereçada a quem: Todos os santos em Filipos, incluindo os diáconos e pastores 1.1.

Data: 63 ou 64 AD de Roma enquanto Paulo era prisioneiro (4.22; 1.13; Atos 28:16).

Propósito: 1) Agradecer os filipenses por seu interesse, orações e oferta que mandaram a ele. 2) Encorajar a Igreja , advertir contra os judaizantes (cap.3) e resolver a dissenção entre duas senhoras na igrej (cap. 4). Luck. N.B.: Observar como Paulo tenta a unificação: a) Ele recusa reconhecer duas partes assim, usa constantemente a palavra “todos”. b) Ele não repreende as mulheres, nem a elas faz referencias senão quase ao terminar a carta. Quão sábio foi este procedimento! c) Ao invés, e sobretudo sua humildade, mansidão e longanimidade. d) Exortações a uma urgente unidade 1.27; 2.1-3; 3.15-16; 4.2.

Versículo chave: 4.4

Palavras chave: Todos, 25 vezes; Alegria, 18 vezes

Coisas notáveis:

  1. Esta epístola deve ser apreciada, em particular, pelos gentios, porque foi escrita a primeira igreja organizada na Europa (Lee).
  2. A fundação dramática desta igreja se encontra em Atos 16. Os primeiros convertidos eram: Lídia – uma rica, uma moça escrava e um oficial do exército romano. O Evangelho atende todas as classes e raças de gente (Luck).
  3. Não sendo uma das mais profundas, é, contudo um dos escritos mais doces e suaves de Paulo. Através dessa carta vislumbramos o grande coração do apóstolo Lee).
  4. Não é nesta epístola, feito uma citação sequer do VT (Lee).
  5. É bom notar as circunstâncias do apóstolo quando ele escreveu esta carta. Estava preso em Roma, contudo ele venceu as circuntâncias na alegria do Senhor (CAN)
  6. Nesta epístola fala menos de censura e mais de louvor do que as outras (Lee).
  7. Resumiremos o tema da seguinte maneira: a alegria da vida e do serviço cristão manifestada em todas as circunstâncias (Pearlman).
  8. Filipenses 4.6-9 é o remédio para mentes poluídas com os pensamentos do mundo. Serve também para guardar as mentes puras (CAN).
  9. Uma parte de “Todas as coisas” de Romanos 8.28, para Paulo era a prisão – 1.12-13 (Orr).
  10. O padrão da nossa vida é, sem dúvida, o padrão da vida de Nosso Senhor, dado em 2.5-11. Primeiramente a humilhação; depois, a exaltação (Orr).

Jóias do livro:

  1. 1.6 – Não há tarefa incompleta com Deus
  2. 1.21 – Esta seja sua exaltação
  3. 1.29 – É privilégio sofrer por Ele
  4. 2.5 – Este é o mandamento
  5. 2.14 – Será?
  6. 3.8 – Somente uma coisa vale
  7. 3.20 – Cidadania dupla
  8. 4.4 – Note a palavra “sempre”
  9. 4.6,8 – Bom conselho para boa saúde
  10. 4.13 – Posso!
  11. 4.19 – Cheque em branco, assegurado por Deus

Pastor C A Nickell: Síntese de Gálatas

Clarence Anthrum Nickell (Pr. C A Nickell)



Verso-chave: 5.6
Palavras chaves: Lei (32 vezes); Fé (21 vezes); Liberdade.

Coisas notáveis:
1.História de Paulo detido pela doença, durante a sua segunda viagem missionária (Atos 16:6), pregou o Evangelho: Cristo crucificado (3:1) e que foi recebido como “anjo de Deus” (4:14). Estabeleceu uma Igreja ali (1:6) que lhe devotou ardente amor.
2.Gálatas é a proclamação da emancipação para todos os que estão na escravidão da Lei.
3.O verdadeiro problema na Galácia era o legalismo. Falsos mestres misturavam “Lei” e “Graça”. Paulo chamou isto de “outro evangelho” (1:7) e o condena sem rodeios.
4.O caráter dos Gálatas parece ser emocional, impulsivo e imutável. Atos 14:13-19.
5.Nesta epístola há um tom de estranho rigor. Paulo inicia sem uma palavra de louvor ou ação de graças.
6.Esta epístola tem efeito mais do que qualquer outro livro do Novo Testamento pela emancipação dos cristãos do judaísmo, romanismo e ritualismo.
7.Era a epístola preferida de Lutero e se tornou parte saliente na gloriosa Reforma sob os reformadores.
8.A doutrina da justificação pel fé, encontra-se aqui. Mas, enfaticamente do que nos outros livros. 1:16; 2:20; 4:6, 19.
9.Outro erro pode ser evitado quando lembramos que “cair da graça” é cair na Lei.
10.Gálatas é a resposta de Deus para os números cultos falsos os quais propõe uma mistura dos ensinos do Velho Testamento e do Novo.

(O autor destas notas as utilizou na disciplina de Síntese - no Seminário Batista Regular do Sul)

Pastor C A Nickell: Síntese Bíblica de Hebreus

Escritor: Desconhecido. Provavelmente Paulo.

Endereçada a quem: Um grupo de crentes judaicos (Como Tiago e I e II Pedro). O grupo era conhecido pelo escritor (Hebreus 5.11-12; 6:9-10 e 12:4).

Data: Cerca de 65 A.D. (Escrita de Roma 13:24)

Propósito: Apresentar Cristo como a preemente, completa e final revelação de Deus. Reprimir a apostasia dos judeus cristãos que tinham a intenção de voltar ao judaísmo (Pearlaman).

Versículo chave: 4.14

Palavras chave: “fé” 31 vezes – 24 no capítulo 11; “celestial” 16 vezes; “perfeição” 13 vezes; “superior” 13 vezes; “melhor” 12 vezes;

Coisas notáveis:

  1. Hebreus é o único livro que trata por completo o ministério sacerdotal de Cristo (Luck);
  2. Nenhum outro livro do NT contém tantas advertências. As palavras “para que não” ou equivalentes são usadas 7 vezes para apresentar o perigo (2:1; 3:12-13; 4:11; 12:3, 13, 15-16). A apostasia é mostrada como o pecado mais negro que alguém pode cometer (Orr);
  3. Hebreus é o livro maior da Bíblia para encorajar os crentes na fé, e para desafiá-los a “prosseguir” até a maturidade da perfeição (Orr);
  4. A superioridade de Cristo e o novo concerto baseado no Seu sangue é a base para encorajamento e advertência ao leitor. Aqueles que já estão instruídos e iluminados pelo Evangelho, mas ainda não aceitaram Cristo como Salvador são advertidos a não voltarem a trás, deixando de aceitar “tão grande salvação” (Luck);
  5. Oprimidos pelas tribulações presentes e pelo pensamento de adversidades futuras, cederam ao desânimo. Eles ficavam atrás no progresso espiritual (5:11-14); muitos estavam negligenciando o culto (10:24-25); muitos, cansados de andar pela fé, estavam olhando para o magnífico templo de Jerusalém, com seus sacrifícios e ritos imponentes. Havia a tentação de abandonar o cristianismo e voltar ao judaísmo. Para impedir esta apostasia, foi escrita esta epístola;
  6. Note-se a habilidade do escritor em tratar com esses cristãos desanimados e sem esperança. A) Primeiro, ele ocupa suas mentes com a glória da Pessoa e com a grandeza da Obra do Senhor Jesus Cristo; B) Refere-se, em seguida, ao fato de que ao invés de termos perdido tudo, ganhamos tudo (notar: “temos” em 4:14; 6:19; 8:1; 10:34; 13:10-14) e que seu cristianismo era superior ao judaismo. C) Mostra, depois, que não havia, até ali, sofrido como os outros. Coleridge mostra, de maneira belíssima, que, enquanto a epístola aos Romanos prova a necessidade da religião cristã, o objetivo de Hebreus é provar a sua superioridade. E isto, o autor demonstra, não em detrimento do Velho, mas revelando que o Novo é o cumprimento do Velho. Não se nega que tinham boas coisas no velho sistema, porém, era preciso concordar que, agora tinham tudo “melhor”. Esta epístola tem sido chamada de “O quinto Evangelho”. Os outros quatro falam da Sua obra na terra, e este fala da terra, mas também de Sua obra no céu.
(Estas notas eram utilizadas na disciplina de Síntese, do Seminário Batista Regular do Sul. Foram organizadas pelo missionário Clarence Anthrum Nickell, seu primeiro diretor).



terça-feira, 17 de abril de 2012

Formação teológica fundamentalista no Paraná

Seminário Batista Regular do Sul

1978 – 1982



Em 1978 o Seminário Batista Regular do Sul (SBRS em português e PBI em inglês) existia nas ideias dos casais de missionários, Clarence Anthrum Nickell Thelma Jane Nickell, George William Wells e Maxine Wells, Neal Marion Smith e Allice Grace Smith. Pastor Nilo foi o pioneiro do trabalho batista regular no Paraná e fundara em Curitiba a Igreja Batista Regular de Portão. O que havia era um terreno bem localizado, gramado e plano, em Vargem Grande, vila de Piraquara, arborizado, sem muitos vizinhos, apropriado para uma escola. Construiu-se uma pequena moradia no terreno onde Pastor C A Nickell e Dona Thelma residiram. Ao lado se construiu uma pequena meia água para guardar as ferramentas. Quando chegaram os primeiros alunos, as moças foram morar num anexo da casa dos missionários e os rapazes foram morar na meia água, que se chamava carinhosamente de “Shedd”. Provavelmente nos finais de 1978 a construção física começou. Pastor George Wells viera de Novo Hamburgo – RS e trouxera da Igreja Batista Maranata, o jovem Eugen Ziebel (Eugênio). Eugenio era um homem sarado, forte e tinha experiência em trabalhos pesados. Seria o primeiro aluno e a principal figura nas construções. Depois, também de Novo Hamburgo, veio Plínio Kremer, ex-militar da Aeronáutica, membro da Igreja Batista Maranata. Pastor George era mentor de uma tríade de rapazes, Plínio, Eugenio e Ernani Hermann, o último, já pastor em São Paulo e diretor da Imprensa Batista Regular. Dois outros alunos chegaram depois, um dos quais, Juraci José Maria, de Taboão da Serra – SP.

Em 1978, o jornal “O Batista Regular” da Associação das Igrejas Batistas Regulares passou a divulgar o início das aulas do SBRS em março de 1979, mesmo quando ainda as bases materiais da escola não haviam sido fixadas. O prédio e tudo estava por ser construído. Editaram um pequeno manual de 22 páginas dando o perfil do novo Seminário que a Associação Baptist Mid-Missions fundara em Curitiba.

Na prática, as atividades começaram em 28 de fevereiro de 1979, reservado às matrículas e ao trabalho na construção, no qual todos os alunos se veriam envolvidos. A chamada turma pioneira foi a que levantou o edíficio, suas futuras salas de aula. O SBRS cobrava por aluno Cr$ 800,00 por mês e era uma despesa elevada para as condições sócio-econômicas de cada um. Muitas vezes, os próprios missionários arrumavam serviços seus para os alunos a fim de que recebessem dinheiro para pagar suas despesas.

Chegaram também as meninas, que se formariam um ano antes, pois só podiam fazer o curso de Educação Cristã, cuja duração era de três anos. Vera, Maria Donizete Mafei, Francisca dos Santos, foram as protagonistas. Com a chegada da ex-missionária da Missão Paulo de Tarso, Maria Zuila da Silva, as jovens postulandas ficaram sob seus cuidados. Em 1981 elas se formariam sob o som de “A grande marcha de Aída”, no pátio esportivo do SBRS.

O SBRS nasceu sob o forte movimento e signo do fundamentalismo batista, da euforia do dispensacionalismo e o sionismo internacional. O ensinamento do Seminário instituia um isolamento total das demais denominações protestantes, inclusive outras igrejas de comunhão batistas e mesmo a comunhão com a Igreja Batista Bíblica (Pastor Gary Tomberlain) era vista com certos cuidados. O regimento interno do Seminário era rigoroso, embora estas exigências não fossem levadas à sério pelos membros das igrejas e congregações batistas regulares locais. No Seminário não era permitido o uso de calças compridas pelas mulheres, mas nas igrejas, a coisa corria liberada.

As disciplinas eram trabalhadas pelos professores desta forma:

Trabalho Prático – Pastor Nickell; Evangelismo Pessoal – Pastor Nilo; Doutrina – Pastor George; Síntese – Pastor Nickell; Teoria de Música – Dona Alice; Introdução à Educação Cristã – Dona Thelma, mais tarde por John Thomas Burnete; Vida de Cristo – Pastor Nilo; Escola Dominical, Dona Thelma; Regência – Dona Thelma; Homilética – Pastor Wesley Monteiro; Geografia e Arqueologia – Pastor Nickell; Introdução Bíblica – Pastor Nilo; Governo dos Batistas – Pastor Nilo; História Eclesiástica – Pastor e historiador, Francisco de Almeida Araújo; Teologia Sistemática – Pastor George; História dos Batistas – Pastor Nilo; Teologia Pastoral – Pastor Nilo e Pastor Wesley; Religiões Comparadas – Pastor Wesley; Homilética – Pastor Wesley; Missões – Pastor Neal.
(segue)



terça-feira, 20 de março de 2012

Fundamentalismo protestante e Universalismo alexandrino: Russell Norman Champlin

A crítica de Jerry Leonard (Batista Regular) ao pensamento de Russell Norman Champlin
Caros pesquisadores: Coloco aqui a sua disposição um artigo publicado logo que saiu a primeira edição do NT Interpretado. Jerry Leonard era professor de grego no Seminário Batista do Cariri, pertencente às Igrejas Batistas Regulares do Brasil, e se trata de uma análise acadêmica. Muitas das objeções do Jerry Leonard são a força das posições filosóficas do Dr. Champlin e de muitos de nós. Também as reservas e o grande temor do erudito grego, são razões especificamente de vinculação e proteção do fundamentalismo brasileiro, especialmente de sua vertente pré-tribulacionista e calvinista. Em se tratando de um texto respeitoso com a figura e o porte do Dr. Champlin, disponibilizo aqui. Infelizmente não tenho a data da publicação, cautela que na época não tive em relação a metodologia científica e a referenciação. Acir da Cruz Camargo

Ponto de Vista Teológico

Obra monumental de 4.342 páginas, letras miúdas, seis volumes bem encadernados, “Versículo por Versículo” é a verdadeira atenuação desta obra exaustiva e enfadonha que trata de quase todas as palavras do Novo Testamento. Características valorosas inclui copiosa matéria introdutória: o texto grego completo e citações sem conta de mestres de todas as épocas e confissões. Contudo, a posição teológica do autor serve de impecilho insuperável para qualquer recomendação da obra, a não ser com sérias reservas. Nas mãos de leigos e obreiros não alertados há de ser muito perigosa. Champlin cita favoravelmente velhos modernistas, como E. Stanley Jones, e outros recentes como Paul Tillich. Suas crenças modernistas incluem: A rejeição do inferno literal e eterno: “Não honramos a Deus por fazer dEle o grande Destruidor de todos os séculos que queima pessoas como se fossem leitões assados, em uma imensa fornalha...” (Vol. 5, p. 230). Restauração além-túmulo: a. Do crente caído: “Essa restauração poderá ter lugar enquanto ele ainda vive na carne, ou, talvez, no além-túmulo, em alguma dimensão do mundo espiritual...” (Vol. 5, p. 105). b. Dos incrédulos: “No que concerne aos perdisos, antecipamos que haverá uma “restauração” em contraste com a redenção dos eleitos... Cristo será tudo para eles (os perdidos restaurados), a motivação, a alegria, e o propósito de sua existência.” (Vol. 5, p. 97). c. Dos anjos caídos: “Pressumimos que os anjos caídos poderão ser restaurados...” (Vol. 5, p. 97).
Erros na Bíblia: “...Aqui, como em muitos lugares, vemos os evangelhos diferindo entre si quanto a minúcias; e às vezes até se contradizem...” (Vol. 1, p. 714). Jesus errou: “Não é de modo algum impossível que Jesus, tal como a igreja primitiva após ele, tenha pensado em sua “vinda gloriosa” para estabelecer o reino” dentro em breve”...Nisso, naturalmente, ele foi desapontado, tal como foram seus discípulos.” (Vol. 1, p. 733). Rejeita a ressureição material: “Esse corpo ressurecto não será atômico ou material em qualquer sentido.” (Vol. 5, p. 205). Experiência humana como base de doutrina: “A experiência humana prova a realidade tanto da queda como da apostasia, de crentes antes genuínos.” (Vol. 5, p. 328). Champlin também abraça crenças místicas bem diferentes: A possibilidade de reencarnação: “Podemos imaginar como os perdidos poderiam ser envolvidos em muitas encarnações, como parte do seu “estado de perdição...provendo-lhes tempo para acharem a Cristo.” – Vol. 1, p. 730. A salvação além-túmulo: “Cristo desceu ao cárcere do hades a fim de pregar, as boas novas aos prisioneiros, para que sua situação fosse revertida e pudesse obter vida espiritual...não deveria ser tido como precedente? Seria estranho se alguma porção do seu ministério não tivesse resultados contínuos.” (Vol. 1, p. 211). Comunicação com os mortos: “Diversos exemplos bíblicos mostram que a comunicação com os mortos é algo que ocorre ocasionalmente.” (Vol. 1, p. 694). Espíritos soltos: “É razoável supor..que alguns demônios são espíritos humanos de baixo desenvolvimento, os quais, após a morte física, não foram para seu destino final...” (Vol. 1, p. 694) Sono da alma: “...é possível que alguns casos, após a morte física, a alma durma por um breve período, especialmente se a morte for violenta.” (Vol. 1, p. 585) O corpo como prisão da alma: “...esse alvo (a perfeição impecável) não será e nem poderá ser atingido enquanto a alma estiver cativa no corpo.” (Vol. 6, p. 257) Os teólogos da confissão calvinista não gostarão da grande ênfase de Champlin sobre o livre arbítrio do homem, nem do seu desprezo da doutrina da depravação total (Vol. 5, p. 297, 298), por exemplo). Os eruditos no grego ficarão perplexos que um comentário que salienta o texto original completo de modo geral não trata devidamente a força dos temos, dos artigos, e outros fatores sintáticos da língua grega. Nos estudos dos vocábulos Champlin faz melhor, e até faz contribuição valorosa, mas ainda é capaz de um fora como este: “Nenhuma diferença real pode ser demonstrada entre “filleo” e “agapao” no N.T., logo descobrimos que eram usados como sinônimos...” (Vol. 5, p. 168). Nas contribuições de valor estão incluídas a tradução e transsão dos cinqüenta argumentos de Walvoord a favor do arrebatamento pré-tribulacionista (Vol. 5, p. 303 ss). Os que não aceitam esta posição serão desapontados com a refutaçao fraquíssima que Champlin faz. Também tem numerosas citações e estudos de valor. Faz pena tão grande desperdício de tempo, erudição e dinheiro na publicação. Fosse uma obra ortodoxa seria grande bênção. Infelizmente trata-se antes de um grande perigo para as igrejas fundamentalistas do Brasil. Jerry Leonard, Seminário Batista do Cariri, Juazeiro do Norte – CE. Extraído de “O Batista do Cariri, p. 03 e 06

Teólogo alexandrino e filósofo brasileiro: Russell Norman Champlin

A filosofia no Brasil é pouco estudada. Um país cujos olhos sempre se voltaram a importação de teorias e conceitos, deixou de transmitir aos seus cidadãos o legado de pensadores importantes que construiram, em nossa terra, reflexão autônoma sobre os grandes problemas que afligem a sociedade mundial. Álvaro Vieira Pinto, Roland Albuquerque Corbisier, Gerd Bornheim e não menor, Russell Norman Champlin. Este último trocou o chão de sua pátria, afamada e respeitada no mundo, os Estados Unidos, pela cultura brasileira e aqui publicou seu pensamento. Não se pode falar que sua obra imensa esteja relegada. Incomoda e gera ferrenha oposição, mas a vida permite que ações negativas como esta tragam à tona a magnitude do pensamento de RUSSELL NORMAN CHAMPLIN e como isto constitui escola no círculo filosófico e religioso da América Latina. A maioria dos críticos de RUSSELL NORMAN CHAMPLIN se inscreve num círculo de pequenez intelectual, fanatismo religioso, Tribunal de Santo Oficio, militância seminarística onde pouca instrução racional se exige. Por isso, é sempre preconceituosa, inimiga dos estudos e do intelecto, pessoal e agressiva, invejosa e fechada, e nunca se concentra na análise das idéias e na profundidade da Filosofia e da Teologia. Dos criticos de RUSSELL NORMAN CHAMPLIN destacamos, Jerry Leonard, falecido missionário batista regular, e ex-diretor do Seminário Batista do Cariri, erudito e vinculado ao fundamentalismo daqueles tempos. Outro crítico, é o pastor batista convencional, Isaltino Gomes Coelho Filho, ex-diretor da Cruzada Mundial de Evangelização e da Faculdade Teológica Batista de Brasília, um intérprete amilenista das Escrituras Sagradas e não menos, do fundamentalismo religioso, parcela consentida dentro da Convenção Batista Brasileira. Na crítica de Isaltino já se percebe algum desvio do tom sério para a ingenuidade que domina maioria dos pastores, meros reprodutores do ensino teológico de nossas escolas, onde a capacidade de pensar com autonomia é vista com cautelas. O grande problema encontramos em listas de discussão da internet, patrocinadas pelo movimento fundamentalista brasileiro. Comprometidas com uma militância denominacional imensurável, com um farisaísmo danoso, confundindo Teologia com doutrinação de púlpito, advogando a preguiça acadêmica, e não necessidade de se estudar sistemática e livremente as Escrituras, colocando a pesquisa e a reflexão bíblica como pecados contra o Espírito Santo, desta forma contribuindo para o estado de ignorância em que se encontra nosso povo, nos segmentos da política, cultura, filosofia e religião, os tais tomam parcelas das afirmações e propostas de Champlin, para colocar toda sua obra num presídio religioso ou no index teologicum do protestantismo. Como lhes faltam argumentos teóricos, resta-lhes investir contra a pessoa do autor, desqualificando sua capacidade acadêmica, negando-lhe a titulação conquistada, por isso, igualando-o aos detratores, fica-lhes mais fácil afastar os estudantes de sua leitura. Na internet, a lista de discussão “Grata Nova” e o jovem pastor batista convencional, cheio de militarismo e revolucionarismo juvenil, emitem juízos de valores que premiam a ignorância e vão de encontro ao princípio do crescer em sabedoria, das Escrituras, difama, com a mais absoluta falta de provas, a pessoa do autor de “O Novo Testamento Interpretado Versículo por Versículo”. Em face disto, da apologética caminha sem freios para a maledicência.
Russell Norman Champlin é Bacharel em Literatura Bíblica pelo Immanuel College (College em inglês significa Faculdade) da Universidade de Utah. O autor destas linhas tem acesso aos documentos orignais da titulação do Dr. Champlin em seus arquivos pessoais. Possui o Mestrado em Artes, pela mesma Universidade de Chicago (The University of Chicago) com documento assinado e registrado naquela instituição por Maxine Sullivan, em 1967. Defendeu tese de doutorado na Universidade de Utah, em 1964, sob a orientação do grande pensador J. Geerlings. Professor Auxiliar de Ensino no Centro Técnico Aeroespacial, do Ministério da Aeronáutica, desde 1968 até 1971, informação baseada em documento do próprio Ministério, em junho de 1998. Foi professor regente na Faculdade de Engenharia de Guaritinguetá, SP, em 1971. Esta mais tarde foi incorporada à UNESP. Lecionou também na Fundação Valeparaibana de Ensino de São José dos Campos, em 1969. Tudo isto, comprovado em documentos do Ministério do Trabalho. Professor Assistente Doutor do Departamento de Produção da Faculdade de Engenharia/UNESP/Campus de Guaratinguetá, desde 1969 até 1999, onde se aposentou, conforme declara em documento, o diretor daquela instituição, Fernando Augusto Silva Marins. Os detratores de Champlin nunca leram o Parecer 752/1971 do Conselho Federal de Educação que deu pleno reconhecimento a todos os títulos apresentados por Champlin, autorizando-o a lecionar em qualquer instituição federal, como professor. “Pode ser aceito”. A UNESP de Araraquara, em 1986, aceitou o pedido de equivalência do doutorado do Dr. Russell Norman Champlin, feito no Departamento de Línguas da Universidade de Utah em 1964 sob o título “Reconstrucion of the Family II (pi) in Matew. Intelectual não pedante, humilde e hospitaleiro, Champlin é compreensivo com seus adversários. Evoca os seus tempos de juventude e fanatismo. Conta que certa vez seus colegas de seminário resolveram receber um missionário presbiteriano com hostilidade. Antes que ele tomasse o púlpito para falar sobre seu trabalho na Índia, Champlin e amigos haviam inundado o local com panfletos contra o conferencista. Evidentemente, Champlin está acima de seus críticos e não deseja dar-lhes resposta, porque a volumosa obra que escreveu o faz isto. Atualmente, se empenha em um comentário sintético das Escrituras Sagradas, se encontrando no livro de Provérbios. Mesmo mal compreendido, é um homem que ama os pregadores das Sagradas Escrituras, mesmo tendo passado desse estágio. Champlin foi batista e veio ao Brasil, com sua esposa Irene, e como missionário permaneceu em Manaus de 1957 a 1960. Homem de temperamento introspectivo, tímido, encerrou ali sua atividade como religioso para dedicar-se e contribuir não apenas ao povo evangélico, mas a cultura brasileira, como Filósofo da Linguagem e da religião. Sua contribuição seria o Novo Testamento Interpretado e seus tantos outros livros. A obra de RUSSELL NORMAN CHAMPLIN foi discutida na Revista Brasileira de Filosofia, pelo nada menor, filósofo Leonidas Hegenberg. (Acir da Cruz Camargo)

domingo, 18 de março de 2012

Conversa franca com Dr. Champlin sobre inspiração verbal-plenária da Bíblia





Entrevista do Dr. Russell Norman Champlin concedida a Acir da Cruz Camargo



05 de março de 2012



Estimado Irmão Acir,



Recebi sua carta datada de 17 de fevereiro que levou nove dias para chegar. Mando esta resposta com uma cópia. Também vou enviar uma cópia para Júlio.

  1. Muito obrigado por ter promovido meus interesses com a Editora Hagnos. Prometeram publicar a Odisseia “no segundo semestre” de 2012 que poderia ser julho – ou qualquer mês até dezembro. Mauro e Marilene, sua esposa, têm sido muito energéticos com sua Editora e as vendas da Trilogia (comentários sobre o AT e o NT e a Enciclopédia têm sido espetáculares, felizmente.
  2. Tenho uma obsessão no assunto Experiências Perto da Morte (e sob este título a Enciclopédia conta com um artigo). Também são chamadas de Experiências Quase-Morte (EQMs). Nestas histórias temos uma valiosa confirmação científica da existência da alma e sua sobrevivência da morte biológica. Muitos evangélicos as rejeitam porque o amor de Deus brilha mais fortemente do que eles pensam ser possível considerando certas Escrituras que parecem falar o oposto. Eles estão apostando na vitória do fogo. Aqui eu, alegremente, fico com a luz da ciência.

Se quiser tentar promover publicação desse material, faça o que pode. Sem dúvida, neste caso, qualquer publicador quereria um número menor, talvez selecionando algumas dentre as que enviei.

  1. A doutrina do fogo eterno se originou na teologia helenista dos judeus (o período entre o AT e o NT) e é um reflexo da obsessão dos judeus daquele tempo de ver o fogo de Deus destruir seus inimigos. Os primeiros textos que contém essa diabólica doutrina se encontram no livro pseudepígrafo de I Enoque (em diversos lugares). Daí no livro apócrifo que se chama II Esdras, esta ideia de um Deus destruidor aparece nos capítulos 7 e 8. Infelizmente, esta doutrina irracional e brutal entrou no NT em alguns lugares como no primeiro capitulo de II Tes e no Apocalipse. Esta incorporação fora muito infeliz e enganadora. É uma distorção de qualquer um que pára para pensar um pouco, e demonstra o uso indevido de textos prova (das Escrituras) para comprovar qualquer coisa. Não me sinto responsável por defender essa doutrina a despeito de qualquer número de textos de prova que poderiam ser encontrados. Textos como I Pedro 3.18-4.6 e Efésios 1.9,10 e 4.8-10 olham além dessa doutrina horrível.
  2. Sobre a inspiração das Escrituras. Qualquer um que estudou o AT e o NT., versículo por versículo como eu, não acredita que estes documentos não contenham erros e contradições. Estou trabalhando em outro comentário, e tenho passado de novo através do AT e quase todo o NT. Estou, atualmente, na exposição de Hebreus. Em quatro meses, entro de novo no Apocalipse. Este comentário é conciso, mas além das exposições ele apresenta 3.000 ilustrações (histórias, contos). Este Comentário Conciso terá um total de 5.000 páginas sobre o AT e o NT combinado em comparação com as 40.000 páginas dos comentários versículo por versículo. Estas páginas são de computador – fonte 12, não de páginas imprimidas. Será uma publicação inédita neste mundo. E de novo visto opiniões contraditórias sobre algumas doutrinas quando comparando um escritor com outro. De fato, a maior contradição é justamente como o Novo, em pontos críticos, contradiz o AT. Salvação no AT tem uma ideia totalmente diferente. Nesta coleção, a salvação vem através da graça, pela fé. E a lei agora somente mostra claramente a natureza do pecado e, de fato, fica ao lado do pecado para nos condenar – e não tem nada a ver com salvação. Eis uma tremenda contradição e esta contradição se encontra na sua Bíblia. É interessante observar que, numericamente, a maior parte da Igreja ficou com Moisés, especialmente se alinhando com Tiago, capítulo 2, no lugar de Paulo. A Igreja Católica Romana (que tem mais do que um bilhão de membros) se alinha com Tiago (portanto com o AT).

A Reforma Protestante era, essencialmente, uma volta para Paulo. A Igreja Católica além de alinhar com Tiago, preserva, em espírito, os sacramentos e ritos do AT.

No NT., existem quatro estágios do Evangelho:

  1. Dos Evangelho Sinóticos e Atos
  2. Os avanços no Evangelho de João
  3. Outros avanços nos livros de Paulo
  4. Existe uma situação de contradição em Efésios 1.9-10 e 4.8-10 onde através da missão tridimensional de Cristo (na terra, no hades e nos céus) o Evangelho é universalizado e agora aplica a todas as almas humanas, sem exceção. Tudo será unificado ao redor do Logos-Cristo. O fogo do inferno foi apagado; as almas no hades subiram e agora fazem parte da unificação. Todavia, os elementos da unificação são diversos e não se encontram no mesmo nível de glória. Ver ponto 8, a seguir, para explicações desta diversidade unificada. Assim, o ensino do universalismo é evitado. Existirão remidos e restaurados, categorias de glória diferentes. Ver na Enciclopédia o artigo sobre o Ministério da Vontade de Deus.
  5. Vamos voltar para o assunto da inspiração das Escrituras. Acredito que todos os livros do cânon foram inspirados pelo Espírito Santo, mas certamente, algumas partes desses livro não foram inspiradas, mas se originaram das mentes dos homens e das suas tentativas de explicar diversas coisas. Mas, note bem: alguns conceitos nestes livros, às vezes, contradizem outros. Isto qualquer pessoa que estuda versículo por versículo vai ser demonstrado amplamente. Considere a contradição óbvia entre Tiago (cap. 2) quando comparado com o evangelho de Paulo. Obviamente, procurando conforto mental, as denominações evangélicas oferecem harmonias que se mostram absurdas. Há do que 20 trechos em Gênesis que refletem tempos depois da vida de Moisés, uma observação que faço só para jogar na mistura um fato curioso. Estou interessado na verdade não em conforto mental. É equisito ser confortável com seus erros. Considere este fato: A inspiração se manifesta em diversos níveis e maneiras:

  1. Passagens ditadas: O Espírito controla a mente do profeta totalmente e coloca até as palavras certas na mente dele. Mas esta forma é somente um dos possíveis modos de inspiração. É um erro gigantesco declarar que todas as Escrituras foram inspiradas desta maneira. A investigação comprova que isto é equivocado. O AT, em alguns lugares, apresenta um Deus violento que promove a mais desgraçada violência que, dificilmente pode ser atribuida a Deus. Por causa deste fato, Orígenes inventou a interpretação alegórica justamente para tirar lições daquelas Escrituras violentas sem atribuí-las a Deus.

Considere este fato: O grego do evangelho de Marcos é o “grego da rua” não um grego de um estudioso. Este grego contém um grande número de erros gramaticais. As traduções escondem este fato já apresentando uma gramática correta na língua portuguesa. O “nois vai” do autor fica corrigido para “nós vamos”, só para dar um exemplo. Mas o do evangelho de Lucas já é um grego de um erudito médico. O grego das cartas de Paulo é um grego nativo embora incorpore algumas construções desajeitadas. O grego de Hebreus é um grego quase clássico, erudito e poético que Platão podia ter escrito. Mas o do Apocalipse é um grego de alguém que falou aramaico como sua linguagem nativa. O escritor ignora em muitos lugares a concordância gramatical, assim corrompendo o grego. Então imagine este cenário: O Espírito Santo inspirando o evangelho de Marcos vai para a rua emprestar a linguagem falada aí e coloca neste evangelho. Daí inspirando o evangelho de Lucas ele pára para receber sugestões do médico erudito. Inspirando Hebreus ele tem uma conferência com Platão para emprestar o grego dele para escrever este livro. Algum dia eu vou mandar para você um carta minha escrita em português sem ser revisada e você vai dizer que o Champlin estava me enganando com aquele bom português nas suas cartas que não é representante da linguagem dele. Assim você pode dizer que eu tenho perpetuado uma fraude. O meu português é mais ou menos comparável ao grego do Apocalipse. Falando tudo isto, eu não estou atacando o conteúdo destes livros. De fato, eles representam uma literatura extraordinária a despeito da linguagem utilizada. Agora fala para mim como estes livros foram ditados pelo Espírito Santo palavra por palavra, inspiração verbal e plena.

  1. Ideias Gerais: O escritor recebe uma ideia inspirada que ele desenvolve de maneira melhor possível. O resultado depende de suas capacidades intelectuais e espirituais. Alguns destes desenvolvimentos demonstram as capacidades literárias dos escritores. Por exemplo, é claro que o apóstolo Paulo era um gênio e sua capacidade literária era excepecional.
  2. Através do Estudo: Anos de estudo dedicado produzem inspirações válidas, embora sujeitas a equívocos. Por outro lado, grandes passagens foram produzidas desta maneira. As cartas de Paulo demonstram o que um homem estudioso pode produzir.
  3. Tradições: Não são inúteis e têm contribuido com alguns finos entendimentos. Existem tradições na Igreja que seguiram depois, especialmente, para interpretar as Escrituras. Mas tradições são sujeitas a exagero e equívocos. Considere Atos 7 – a defesa de Estevão que vem das tradições judaicas e não somente das Escrituras do próprio AT. De fato, sua defesa em alguns dos escritores e/ou seus raciocínios.
  4. Interpretações inspiradas: A mente recebe intuições e raciocínios que ajudam o intérprete a entender melhor os assuntos espirituais. Sem dúvida, alguns trechos da Bíblia se resultaram das instituições dos escritores e/ou seus raciocínios.
  5. Inspirações além do texto: Sendo um dom do Espírito Santo, como o dom do conhecimento (I Cor 12.8). O intérprete pode ser inspirado de vez em quando. Até pode, às vezes, receber inspirações separadas dos textos sagrados, como nas visões e nos sonhos espirituais. Sonhos fazem parte da tradição profética. A inspiração é uma função complexa que incorpora diversas modalidades. Nenhuma explicação isolada é adequada, mas algumas pessoas ficam somente com modalidades. As pessoas que promovem somente este meio de inspiração ou revelação são patéticas, porque agindo assim se mostram crianças intelectuais. É parte da minha missão declarar estas verdades.

Reconciliação com o fundamentalismo? Quando jovem, eu era um fundamentalista radical e insuportável e assim perdi alguns anos de minha vida em brigas e contendas. Abandonei este tipo de expressão religiosa como pernicioso. Minha filosofia me libertou.

  1. Novas revelações? Temos o AT e o NT., magníficas coleções, mas dificilmente adequadas para sempre. Deus é maior do que coleções de livros. Podem existir outros testamentos, um terceiro, um quarto, um quinto, etc. Deus não está anulado por nossas noções piedosas. Considere: bibliolatria, a adoração de um livro. Esta idolatria rouba Deus de sua glória, colocando um ídolo no lugar de Deus. Todas as idolatrias perniciosas.
    7. Revelações fora da Bíblia Hebraica e Cristã? Acredito na doutrina dos Logoi-spermatikoi, as sementes do Logos nas diversas religiões não cristãs; nas filosofias, nas ciências (exatas e sociais); na poesia, nas literaturas não especificamente religiosas; na história humana; nas instituições humanas como nos seus governos; nas culturas; na criação física, tão magnífica; até, de vez em quando, na política; nas visões e nos sonhos espirituais. Aleluia! O Espírito está em muitos lugares, plantando as sementes do Logos. Chega de limites falsos! Chega de pensamentos infantis! Chega de exclusivismos! Deixa a Luz brilhar sem interferências. Louvai o Logos-Christós, a fonte do nosso conhecimento espiritual que não se limita às nossas noções exclusivistas.
  2. Universalismo? Esta doutrina ensina que todos os homens, afinal, serão salvos. Baseando-me em Efé cap. 1, acredito que os remidos serão salvos e participarão na natureza divina (II Pedro 1.4), através de sua transformação à imagem de Cristo (Rom 8.29). Acredito que o número deles será relativamente pequeno. Mas, todos os não remidos serão restaurados e todas as almas serão remidas ou restauradas.

A unidade ao redor do Logos-Cristo (Efé 1.9-10) não excluirá nenhuma alma. Os restaurados não participarão na natureza divina, mas terão uma glorificação secundárias, mas ainda gloriosa porque sera uma obra-prima do Logos.

Assim falando, valorizo a forte declaração da primeira parte de Efésios cap. 1 e a declaração generalizada dos vss 9-10. Na primeira parte deste capítulo, encontramos uma afirmação forte sobre a eleição. Eu uso a palavra remidos no lugar de eleitos porque esta palavra nos envolve em controvérsia pesada. Depois a missão de Cristo garante que existirá uma restauração generalizada (vss 9, 10). Portanto, vejo duas glórias, a primária e a secundária. Assim ensina o Mistério da Vontade de Deus que ultrapassa o resto do Novo Testamento: o que o amor de Deus fará em benefício de todas as almas. O hades mandará suas almas cativas e elas subirão para participar da unificação. Eis o Quarto Evangelho que toma o lugar dos Evangelhos inferiores, e é, de fato, uma contradição das velhas ideias que eram parciais, e parcialmente erradas. Este Quarto Evangelho é a universalização do Evangelho no qual o amor de Deus brlh sem obstáculos. Deixe esta luz brilhar. Valorizo e declaro o Amor Incondicional do Logos-Christós.

Abandonando as controvérsias, as discussões e as dúvidas, apresentadas acima, consideremos o valor intrínseco dos dois Testamentos (o AT e o NT). Obviamente, são grandiosas coleções e incorporam literatura imortal. Lendo e estudando não somente estes livros mas também aqueles de sistemas não cristãos, posso afirmar que estes dois Testamentos são mais impressionantes do que os outros, embora existam valiosas obras não cristãs. Considero o Novo Testamento a maior coleção de livros já escrita. Nosso problema não são “os problemas” mas nosso dedicado estudo do NT. Tenho dedicado minha vida a este estudo e também a outros caminhos de investigação que considero extremamentes importantes. Sumariando, considero o Novo Testamento o maior documento espiritual de todos os tempos. Esta coleção é rica, eloquente e poderosa. Quem estuda com determinação estes livros será transformados por eles.

No amor incondicional do Logos-Cristo,

Russell Norman Champlin

quinta-feira, 23 de fevereiro de 2012

Formação dos pastores protestantes no Brasil

Por parte das dificuldades dos cristãos protestantes em compreender e auxiliar o processo de amadurecimento da democracia e dos direitos humanos e o papel nem sempre construtivo destes, principalmente de suas lideranças, cabe refletir a formação que os pastores recebem nas congregações locais, nos seminários teológicos e institutos bíblicos responsáveis pelo preparo intelectual dos líderes. Dispensaremos comentários a respeito das denominações que desprezam o bom preparo. O mal que elas causam são inúmeros e crescentes. Sua solução repousa no empenho das autoridades seculares em oportunizar acesso a cultura letrada em todos os níveis aos seus cidadãos. Nestas linhas os discípulos-escravos das grandes lideranças religiosas repetem os ensinos nem sempre correspondentes à correta interpretação da Bíblia, encaixando-os pelo senso comum e pelo emocionalismo em versículos fora de contexto.

Algumas denominações cristãs fundaram seminários teológicos, o que não se pode, nem deve, confundir com Faculdades de Teologia. Nos últimos anos os cursos à distância no campo teológico aumentaram e o seu fracasso já pode ser sentido em conversas com os alunos. As pessoas que ingressam, em geral, são adultos que frustrados por não terem cursado uma faculdade normal, julgam que por pertencerem a uma congregação protestante, teologia seja-lhes um assunto acessível. Mais tarde perceberão que se trata de confusão, pois as migalhas que lhes são oferecidas nos púlpitos, em nada correspondem ao estudo sistemático, disciplinador, que exige reflexão, questionamento, busca incessante pelo conhecimento, leitura, compra de livros, dedicação, tempo e método científico. Desistem. Preferem as sopinhas e águas com açúcar ministradas nas falidas escolas dominicais, sabatinas ou pregações domingueiras. Isto posto, porque na maioria das denominações protestantes a Bíblia ocupa apenas o lugar de mágica e superstição. É um livro esotérico ou um amuleto. Permanece fechada fechada, sem leitura nos armários, salas, para iludir as visitas de que nestas casas se tem o costume de ler ou serve para ser conduzida feito desodorante da casa ao culto no templo. Os cursos à distância são meras apostilas cujos questionários são respondidos mecanicamente pelos estudantes. O nível do curso é, tipicamente, de ensino fundamental. Mesmo sendo de tanta mediocridade, os desistentes são inúmeros.

Os seminários e institutos bíblicos nascem com problemas e limites. Eles não ensinam teologia, ensinam denominacionalismo. Uma escola de coloração presbiteriana não discutirá o pensamento batista a respeito da organização eclesiástica, vice-versa. Uma instituição de marcas protestante-fundamentalista operacionará em relação ao catolicismo romano como inimigo a ser vencido e não em perspectiva histórica. Os seminários tem as disciplinas adequadas aos interesses denominacionais, por isso, limitados em conhecimento. Transmite-se a infrutífera tese de que para ser um excelente pastor ou ministro basta a decoreba de centenas de versículos das Escrituras, aqueles que correspondem ao senso comum do meio denominacional. Por isso, a dificuldade de que os membros destas igrejas possam compreender sua própria fé à luz dos tempos, alguns caindo no rídiculo de aplicar passagens bíblicas de contextos milenares antes de Cristo aos nossos dias, como demonstração da vontade divina.

Por isso, os cristãos protestantes continuam lidando mal com a história da moral, os costumes culturais, preconceitos de gênero, classe, relações de trabalho, questão de autoridades constituídas, ideologias e comportamento sexual. A Bíblia que deveria ser um instrumento poderoso na unificação da raça humana, na disseminação do amor e da compreensão dos povos, servem ainda, graças aos púlpitos para a propagação da discórdia, da ignorância e da mentalidade fechada e retrógrada. O único resultado benéfico disto, fica para a conta dos pastores acomodados e autoritários. Eles recebem polpudos salários, com série de direitos garantidos, enquanto subjulgam suas congregações e ministram-lhes falatório vão, sem menor responsabilidade intelectual e de desenvolvimento de seus membrados.

Os seminários possuem um quadro de matérias pobre. Em alguns casos são pastores com mera formação pastoral que as ministram. Por exemplo, História Eclesiástica exige do mestre uma formação sólida em cursos de graduação de História, tal como a atividade de aconselhamento dos pastores requer conhecimento teórico e prático com psicólogos e psiquiátras, devida graduados e reconhecidos pelas autoridades. As igrejas evangélicas brasileiras vivem seu período de obscurantismo. A alienação e a indiferença para o estudo sério e aprofundado dos textos bíblicos marca a maioria dos congregados. Enquanto isso reinam absolutos os novos papas do protestantismo nacional, Edir Macedo, Valdemiro Santiago, David Miranda e Scilas Malafaia, ou pequenos ditadores em congregações isoladas.