terça-feira, 26 de janeiro de 2016

Batistas no Paraná: Igreja Batista da Ronda - Ponta Grossa

Um pouco de nossa história
Fazia 54 anos que os batistas haviam chegado a Ponta Grossa e apenas uma igreja havia sido organizada. O primeiro trabalho missionário da igreja local iniciou-se com um ponto de pregação no bairro da Ronda por volta de 1955, vindo a se tornar uma congregação no ano de 1960, contando com um número significativo de membros e muitas crianças.
Pouco tempo depois foi adquirido um terreno situado na Avenida Visconde de Taunay, 1610, onde se construiu o primeiro templo vindo ali a se estabelecer a sede da congregação, cujo templo foi concluído em 1970.
No final do ano de 1975 a Congregação Batista da Ronda foi entregue aos cuidados do Pastor Boyd Vaughan Willians, missionário da Junta Batista inglesa, cujo trabalho e dedicação culminaram no dia 13 de agosto de 1977, às 20.00hs com o Concílio e organização da Igreja Batista da Ronda, a segunda igreja batista da cidade de Ponta Grossa, com o número de 40 membros.
O Pastor Boyd Voughan Willians pastoreou a igreja até o final de 1977, sendo sucedido em seguida pelo Pastor Roy E. Cornov que permaneceu até 1978. Entre 1978 e 1979 a igreja foi pastoreada interinamente pelo pastor João Garcia, sendo que no dia 07 de julho de 1979 tomou posse o Pastor Aureol Marques Ferreira. Com a sua saída em 1980 os trabalhos foram orientados pelo então evangelista irmão João Norberto, hoje pastor. Em 1981 assumiu o ministério da igreja o Pastor José Sinval Pacheco, que permaneceu na direção até 1989, quando veio a falecer. Neste mesmo ano tomou posse o Pastor Renato Salles que pastoreou a Igreja até 1991. Em 1991 o Pastor Djoni Schallenberger foi empossado e conduziu o povo batista até o ano de 1996, quando deixou a igreja com 130 membros. No dia 06 de junho de 1997 assumiu a igreja o Pastor Rawlinson Rangel.
A Igreja Batista da Ronda contava desde 1996 com um trabalho missionário na Colônia Dona Luiza nominado de Congregação Betel que se compunha de aproximadamente 30 membros e uma freqüência aos cultos entre 40 e 50 pessoas aos domingos.
No período em que a Igreja Batista da Ronda foi pastoreada pelo Pastor Rawlinson Rangel como uma igreja filiada a Convenção Batista Brasileira, também foi nominada de Igreja Batista da Restauração, vindo depois do seu desligamento denominacional a não mais usar o nome de “Igreja Batista”.
Em 2004 a então Igreja Batista da Restauração decidiu desfiliar-se da Convenção Batista Brasileira por afirmar estarem sob a orientação de outros princípios, oriundos do movimento que se nominou de G12. Foi um período de muita tristeza para os membros daquela igreja que não concordavam com as práticas e direção que aquela igreja havia tomado. O povo batista se entristecia com a baixa de uma igreja tão preciosa para a denominação, por conta das obras que por meio dela se haviam realizado, dos esforços e sacrifícios e dedicação que muitos irmãos haviam empreendido sob muitas dificuldades e por tantas décadas para glorificar o nome de Jesus. Os esforços envidados pelos representantes denominacionais não foram capazes de evitar tal tragédia em virtude da intransigência a que se chegou.
Todavia em meio a toda esta questão uma semente de esperança se lançou. Durante aquele período de transição a Igreja Batista da Restauração deixou de usar o templo que se localizava na Avenida Visconde de Taunay, passando a sediar seus cultos em um teatro local. Foram aproximadamente seis meses sem atividades naquele local e ao final aqueles irmãos entenderam e decidiram que o imóvel deveria ser devolvido aos batistas para que naquele local pudessem novamente plantar uma nova igreja.
O templo foi transferido a Igreja Batista em Castro no mesmo ano, uma vez que aquela igreja sob a liderança do Pastor Anderson Pugliesi havia iniciado uma congregação com o nome de Congregação Batista Aliança, a qual depois de sua instalação oficial nos moldes da Convenção Batista Brasileira sob a nominação de Igreja Batista Aliança, deveria receber a posse legal do imóvel.
A sede daquela congregação transferiu-se dessa maneira ao novo local, vindo a se desenvolver rapidamente. No dia 25 de setembro de 2004 a congregação passou pelo concílio das igrejas e veio a ser organizada em Igreja Batista Aliança. Em pouco tempo porem uma crise se instalou, pois alguns membros, muitos dos quais eram neófitos, entendiam que o dirigente local que fora reconhecido como evangelista e dirigia os trabalhos nas ausências do Pastor Andersom Pugliesi deveria ser ordenado ao ministério pastoral.
Contrariamente as orientações pastorais, se propôs e a novel igreja aprovou a realização do concílio examinatório do referido evangelista o qual não veio a se realizar pois não se estabeleceu quorum mínimo de examinadores para este fim.
Entendendo aquele irmão que deveria desligar-se da igreja em virtude dos fatos ocorridos, notificou-a de sua decisão em culto dominical, sendo seguido por uma grande maioria. Em virtude da derrocada tão repentina a igreja chegou até o mês de janeiro do ano de 2.005 contando apenas com dois membros cooperantes.
No intuito de revitalizar a obra, o Pastor Andersom Pugliesi, em nome da Igreja Batista Aliança convidou para que dirigisse aquela obra o irmão Romério de Souza Santos, que assumiu a direção no dia 30 de janeiro de 2005, sendo ordenado ao ministério pastoral no mês de junho do mesmo ano, passando a dirigir a igreja na qualidade de pastor titular a partir do mês de agosto.
Desta forma o reinicio da obra batista no bairro da Ronda pode ser definido, levando-se em conta estes dois momentos difíceis da sua história, como tendo acontecido no dia 30 de janeiro de 2005 com a cooperação de três irmãos.
O quadro da época pode ser pintado da seguinte forma: O templo com capacidade para aproximadamente 300 pessoas agora era freqüentado por um grupo que dominicalmente não ultrapassava a cinco pessoas.
Foram momentos de muitas lutas. As dificuldades se manifestavam de muitas maneiras. Faltava sustento pastoral adequado, recursos para pagamento das despesas com manutenção do patrimônio, recursos para investir em aquisição do mínimo necessário para celebração dos cultos. A comunidade em volta da igreja ficou desacreditada da obra que se realizava, pois o histórico recente de dificuldades denegria a imagem do local. Pessoas se feriram de tal maneira por conta das traumáticas mudanças ocorridas que chegaram ao ponto de não mais querer envolver-se com a igreja. Os poucos que ousavam chegar à porta se assustavam com aqueles cinco irmãos reunidos num local que comportava tranqüilamente trezentas.
Não foram poucas as vezes que o medo e a vontade de desistir nos tentaram. No entanto em cada um desses momentos Deus nos dava um sinal do seu favor, a fim de nos mostrar que a obra dEle não dependia da nossa força e recursos, mas sim do seu poder e graça.
Milagres tremendos vindos por provisão divina se sucediam constantemente. Irmãos das mais variadas igrejas e até mesmo alguns que se diziam sem religião nos procuravam a fim de trazer ofertas e estas chegavam exatamente no momento oportuno. Às vezes Deus nos surpreendia extraordinariamente com sua misericórdia e amor. A cooperação dos crentes batistas também chegou, não de modo efetivo, mas ajudou. A Igreja Batista em Castro, mesmo não podendo nos ajudar com recursos financeiros, fez por nós aquilo que estava ao seu alcance, enviava graciosamente seu pastor a fim de nos incentivar nos momentos mais difíceis, suportando e chorando conosco nas provações e faltas. A Igreja Batista Vila Sete, da cidade de Maringá, de onde viera o Pastor Romério de Souza Santos, também enviou durante mais ou menos um ano, uma pequena oferta mensal, mas diante das dificuldades vividas, esta se tornava imprescindível. A Convenção Batista Paranaense não possuía a época recursos para nos socorrer, todavia diante das necessidades que aqui encontraram, ofereceram também por um breve período uma pequena ajuda para o sustento pastoral, sendo esta muitas vezes aquela com a qual saldávamos água e luz.
Em meados do ano de 2006 e até o final do ano de 2009 o Pastor Romério de Souza Santos passou a integrar de modo parcial o ministério pastoral da Primeira Igreja Batista de Ponta Grossa, de onde pelo ministério ali exercido recebia o sustento para manutenção básica, uma vez que já não contava mais com a ajuda antes oferecida. Mas nesse ínterim graças ao nosso bom Senhor, a Igreja Batista Aliança passou também a contribuir sendo hoje ela só a responsável por seu sustento.
Enquanto essas coisas aconteciam o Senhor arregimentava soldados corajosos para que juntos lutássemos a fim de reerguer por seu poder e para sua glória o trabalho da Igreja Batista Aliança. Alguns poucos vieram como voluntários da Primeira Igreja Batista de Ponta Grossa para servirem por um pouco de tempo.
Outros vieram a fim engajar-se efetivamente a obra de Deus e viram pela fé que o Senhor seria fiel para com o nosso propósito de honrar o seu Santo Nome. Escolherem por amor missionário contribuir com o pequeno trabalho onde se tornariam indispensáveis, a desfrutar de toda estrutura e conforto que as igrejas já estabelecidas poderiam lhes propiciar.
Ainda nos motiva e encanta quando um crente batista chega a nossa bela cidade e decide por amor a Jesus, serem conosco irmãos e nos ajudar nesta tão nobre tarefa de pregar o evangelho na cidade de Ponta Grossa.
Enquanto estas páginas são redigidas, se finda o mês de janeiro do ano de 2010. Completamos graças a Deus cinco anos de trabalho árduo, mas profundamente e tremendamente recompensado pelo Senhor. Muitos irmãos queridos já passaram por aqui, e destes sentimos muitas saudades, mas o Senhor sempre nos acrescenta aqueles que vão sendo salvos.
Ao final de 2011, o Pastor Romério foi chamado por Deus para um outro ministério em Telêmaco Borba, e desejamos a ele as melhores bênçãos! Agora, mesmo sem um pastor integral, percebemos a vontade de Deus se manifestando em nosso meio. Não nos lamentamos pois sabemos que a vontade de Deus prevalece sempre, e que essa foi uma grande oportunidade para a igreja se unir e crescer espiritualmente de uma forma ímpar. Vimos quão grandes são os planos dEle, e quanto tem nos abençoado e nos feito crescer juntos.
Agora, quase findando o ano de 2012, temos dado glórias a Deus por estes 8 anos de IBA que têm sido tão maravilhosos. Temos contado com auxílio de diversos pastores, com batismo de duas pessoas no nosso último culto de aniversário, reformas no som, troca de todo o telhado da igreja, tudo para a honra e glória do nosso Deus!
Contamos até o momento com 37 membros fiéis e outros aproximados 20 assíduos e queridos freqüentadores, aos quais esperamos no Senhor que em breve se tornem membros da igreja. Temos muitos amigos queridos nos visitando habitualmente, pessoas por quem oramos para que o Senhor Jesus lhes dê sempre uma boa direção.
Não contamos a nossa história aqui com o propósito de lamentar, ou fazer com que alguém sinta pena de nós. Mas para fazer notório o poder do Senhor a quem servimos. Mesmo que homens tenham falhado, Deus é fiel. Enquanto poucos seriam capazes de crer, ele fez renascer esta pequena igreja para pregar a glória do Seu Nome. A nossa história é a prova cabal de que Deus pode reconstruir o destruído, reerguer o caído e dar esperança aos desanimados.
A Deus seja toda a honra e a glória para sempre, Amém!

1. Um texto histórico interessante, pormenorizado, corajoso - extraído do https://ibapg.wordpress.com/sobre/.

2. Esse relato acima oferece oportunidade sadia de discussão teológica e eclesiológica a respeito do que sejam os princípios distintivos das igrejas batistas, conceituação do ministério pastoral - o que é e como se faz um pastor, o governo eclesiástico das igrejas batistas - as formas episcopal, colegiada e a congregacional, autonomia e soberania das igrejas locais e o papel da assembleia reunida. Pode-se oferecer uma recompensa em alta quantidade de dinheiro que nunca se correrá o risco de pagar, quantos membros das igrejas batistas sabem porque são batistas e o que os distingue das demais denominações. Nada sabem. Ignorância total. Perdem-se nas idiotas postagens das redes sociais. Significa isso que os pastores não são competentes para o discipulado, são maus alunos em História do Cristianismo e dos Batistas e que os crentes batistas um bando de desinteressados.
3. Oportunamente comentarei aqui o Relato.
4. Depoimento de membro da Igreja Batista da Ronda - "
"Testemunho de um ex-integrante do G12
 ____Tudo que o vídeo denuncia é verdade, posso dizer isso com conhecimento de causa, pois eu fui membro do G12 por aproximadamente uns 4 anos. Participei do "Encontro com Deus" duas vezes e vi tudo isso que o vídeo descreve, acontecer. Eu era recém convertido e tinha pouco conhecimento da palavra. A Igreja Batista da Ronda, mantinha a congregação Batista Betel onde eu congregava e aos poucos foi aderindo a Visão Celular no modelo dos 12, como eles chamavam. Durante todos os anos em que fiz parte do G12, testemunhei a mudança radical dos líderes da Igreja Batista da Ronda, que foi desligada da Convenção Batista Paranaense, pois passou a adotar práticas totalmente contrárias ao estatuto da Convencao e passou a se chamar Restauração Missão Cristã para as Nações. Apostataram da fé, pois incluíram no ensino da palavra todas as heresias concernentes ao G12, que o vídeo relata, como votos, atos profeticos, quebra de maldição, maldição hereditária, confissão positiva, entre outros..
Dou graças a Deus por ter aberto meus olhos e permitido que eu saísse dessa confusão, que pode-se considerar mais uma artimanha de satanás, que tem milhares de anos de prática em enganar o homem e soube se valer muito bem da máxima: "Não pode com eles, junte-se a eles".
- Glória a DEUS que este irmão conseguiu se libertar desse engano, e eu creio que muitos ainda irão abrir seus olhos espirituais e irão sair desse engano chamado G12 (M12, MDA...)" -https://www.facebook.com/evangelhops/posts/759023314179691-
5. Relato insolso dos que dividiram a Igreja Batista da Ronda - "

Tudo começou na Igreja Batista da Ronda. Anos mais tarde, a igreja transformou-se na comunidade Restauração Missão Cristã para as Nações, e agora chama-se Comunidade Alcance Ponta Grossa.

Eis a nossa sede atual, mas já adquirimos um terreno para construirmos, com a graça de Deus, a sede própria ainda em 2015.

Mas, por quê “Ponta Grossa” no nome da igreja?
Porque somos aliançados com a Comunidade Alcance do Pastor Luciano Subirá, de Curitiba. É sob o ministério dele que caminhamos em busca do Reino.
O nosso foco é restaurar famílias.
Traga a sua e venha fazer parte da nossa...

A razão de existirmos




Como dissemos no texto ao lado, nosso chamado como igreja é alcançar e restaurar famílias. Embora tenhamos uma diversidade de eventos e uma forma própria de pregar a Palavra, tudo gira em torno das pessoas: de cada uma individualmente, e estas inseridas no contexto familiar.

Não há cristianismo verdadeiro quando as famílias estão doentes. Tratar apenas deste ou daquele membro da Comunidade traz ótimos resultados à pessoa, mas é operando principalmente dentro do lar que Jesus fará a diferença na sociedade.

Por isso nosso ministério contempla crianças, adolescentes, jovens e adultos. "Para que todos tenham vida, e vida em abundância" (João 10:10).

Como trabalhamos



A visão que temos para a nossa comunidade segue o modelo de células (veja onde).

As reuniões são semanais, nos lares que abrem suas portas para que a comunhão entre os membros se fortaleça e atraia novas vidas para Jesus, sempre através de um ambiente de paz, informal e impregnado de amor uns pelos outros.

Assim como nos tempos bíblicos, onde os primeiros cristão reuniam-se em casas para ouvir a Palavra (ainda não existia a facilidade das bíblias de hoje) e partilhar suas dores, alegrias e milagres recebidos, também hoje seguimos esse exemplo, quando podemos orar uns pelos outros e ajudar-nos em nossas necessidades. Se a visão da nossa Comunidade envolve restaurar famílias, que isso comece em casa." (Extraído de http://comunidadealcancepg.com.br/quemsomos)

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domingo, 24 de janeiro de 2016

Seminário Batista Regular do Sul: turma pioneira - o ministério de Plínio Kremer

Meu Pai na Fé

Nestes últimos dias estive revirando o meu baú de memórias e encontrei a minha história de conversão a Cristo. Logo na primeira página, minha lembrança fixou-se no primeiro contato que tive com um evangelista. Foi o pastor Plínio Kremer quem introduziu o Evangelho em minha família. Por alguns domingos bateu a porta de minha casa para discipular os novos convertidos do bairro, entre eles a minha irmã Kaliana, a primeira dos gadelhas a se converter.
Lembro do pastor com sua bicicleta, camisa molhada de suor e rosto vermelho do sol. Seu exótico estereótipo gaúcho-alemão despertou-me a curiosidade. Mostrava uma paciência de Jó, perseverante, uma mansidão admirável, tão calmo que chegava a irritar um jovem impaciente como eu. Por várias vezes convidava-me para participar dos estudos, mas o meu orgulho e indiferença religiosa diziam sempre não ou às vezes ignorava-o.
Lembro de uma tarde de Domingo, quando estava em frente a tv enquanto eles “debatiam” sobre temas bíblicos. De costas para o grupo, em frente ao aparelho de imagens, ouvi um pouco da discussão e senti-me atraído. Então, desliguei a tv e fui ouvi-lo. Na época, tinha recebido um Novo Testamento doado pelos Gideões Internacionais e havia começado a lê-lo por mera curiosidade. Achei interessante vê-lo explicando alguns versículos que já conhecia, isso serviu-me como incentivo para continuar a leitura da Bíblia. Nessa tarde, confrontei-o com o pouco de conhecimento que supunha ter, queria mostrar que “também conhecia”. Era uma ousadia descontextualizada, sem consistência. Ele, mais uma vez, mostrou-se sereno e disse que o fato de “saber” muitas coisas da Bíblia era bom para mim e incentivou-me a dar continuidade à leitura.
E eu continuei. Todas as manhãs acordava com o tinido dos canários de meu pai, tomava café e sentava-me na calçada de dona Maria, minha vizinha frontal, debaixo da sombra de suas queridas e bem cuidadas plantas. Sentava ali e viajava pelas páginas e lugares neotestamentários. Passei pelo Monte das Oliveiras, li as Bem-aventuranças e todo o sermão de Jesus, que confrontava meu egoísmo e senso de autojustificação. No monte Calvário meus olhos fitavam-se nas dores e agonias do Cristo. Estava gostando tanto da leitura, era como se meus lábios estivessem salivando ante a descrição de um prato saboroso.
A medida que lia, começava a desprezar o meu passado de católico não praticante e a envergonhar-me das poucas vezes que me ajoelhei ante a imagens de escultura. Logo abandonei o catolicismo. Quando me perguntavam sobre minha religião, respondia que não era católico nem crente. Então replicavam que eu era ateu. Respondia que não, dizia que apenas acreditava na Bíblia.
O tempo foi passando, meu irmão mais velho sob o testemunho de vida e pregação do pastor Plínio também confessou a Cristo e convidou-me para assistir um culto no templo da Igreja Batista Regular da Fé. Frequentei cerca de cinco meses, consciente da verdade, mas resistindo-a devido à atração que ainda sentia pelo mundo.
Entretanto, em uma conferência de Agosto, depois de tomar consciência da necessidade de crer, sai de casa desejoso de entregar minha vida a Cristo. Ainda inseguro disse a minha mãe que “ia ser crente”, a resposta foi diplomática “se é isso que você quer...”. E naquela noite, mal prestei atenção à pregação, pois estava ansioso por terminar o culto e dizer a alguém que agora era um “irmão”. No final, abracei a irmã “Branquinha” e disse-lhe que agora ela tinha um novo irmão em Cristo. Confusa, ela perguntou: Quem? Respondi: Eu. Depois oramos, reconhecendo o senhorio de Jesus sobre minha vida.
Toda essa linda história nasceu na disposição de um homem de Deus, que foi até a minha casa e amou-me pregando o Evangelho de Jesus. Sou grato a Deus por você meu irmão e colega de ministério. Obrigado pastor Plínio Kremer.

Pr. Alex Gadelha
 
 
[Seminário Batista Regular do Sul, Batistas Regulares, turma pioneira SBRS, Plínio Kremer, História da Igreja, História dos Batistas Regulares, Fundamentalismo]

quarta-feira, 13 de janeiro de 2016

Seminário Batista Regular do Sul: história da turma pioneira - Iloni Juraci Leuck

Iloni entregou sua vida a Cristo na Igreja Batista Maranata, em Novo Hamburgo, RS, após buscar ao Senhor incentivada pela leitura de um folheto. Foi batizada em 1977, e logo sentiu o desejo de servir a Deus, indo preparar-se para o ministério no Seminário Batista Regular do Sul, em Curitiba, PR. Iloni fez parte da primeira turma deste Seminário, formando-se em 1981.
Ela serviu ao Senhor em diversos lugares desde 1982 , e no estado do Amazonas ela está desde 1994. Iloni tem como atual base a cidade de São Paulo de Olivença. Ela sempre atuou junto às igrejas locais, auxiliando pastores e missionários na evangelização e discipulado de ribeirinhos e indígenas.
Sua entrada na MBBF coincide com uma nova estapa no seu trabalho. Ela pretende, junto com outros missionários, trabalhar entre os índios Ticunas. A aldeia onde irão trabalhar, já possui uma Igreja Batista Regular, e fica a cerca de 6 horas de barco da sua casa.
Iloni é membro da Igreja Batista Esperança, em São Paulo, SP.
http://www.mbbf.org.br/perfil_missionario.php?id=iloni


CARTA ENVIADA AOS MANTENEDORES DO SEU MINISTÉRIO

Amados irmãos:
(Mc. 16:15) “E disse-lhes: Ide por todo o mundo, pregai o evangelho a toda criatura”.
É com gratidão e alegria que quero relatar um pouco sobre o trabalho em Águas Claras, Cidade Nova. Servir ao Senhor é sempre a melhor coisa que um filho de Deus deve almejar em sua vida, pois foi para isso que fomos salvos. Mas isso não significa que será fácil, pois haverá obstáculos e uma série de provas, por isso, não podemos com antecedência prever, nem dizer tudo que iremos fazer. E posso dizer em meus 33 anos de experiência no ministério que esse campo é o mais áspero e com menor resultado até agora, mas em todas as coisas dai graças. Às vezes Deus nos coloca em um lugar ou situação para nos ensinar o que só vamos aprender daquela forma. Temos feito evangelismo na rua e de casa em casa, juntamente com distribuição de folhetos, visitas discipulado. Clube Bíblico com crianças e adolescentes e o programa “TURMA DA BÍBLIA”. Algumas pessoas até nos recebem bem, ouvem o evangelho, mas por outro lado poucos querem um compromisso com o Senhor. Infelizmente a maioria das pessoas, são; indiferentes, insensíveis e negligentes a mensagem do evangelho. Já algumas me proibiram de voltar para suas portas. Mas será que devemos desistir? NÃO! O Senhor mandou pregar o evangelho a todos; Paulo disse a Timóteo, em II Tim. 4:2 e 3 e seguintes o que devemos fazer. “Que pregues a palavra, instes a tempo e fora de tempo, redarguas, repreendas, exortes, com toda longanimidade e doutrina. Porque virá tempo em que não suportarão a sã doutrina;...” É sabido que não podemos converter as pessoas, porque essa é uma obra de Deus, por outro lado só haverá conversões se pregarmos o evangelho.
Hoje, dia 10 de março, faz 458 anos que foi realizado o primeiro culto evangélico no Brasil, mas o preço que os irmãos; Jean du Borurdel, Martthieu Verneuil e Pierre Bourdon, pagaram foi alto. Pois no dia seguinte eles foram executados. Graças a Deus, por esses e tantos outros irmãos corajosos que pagaram com suas vidas, nós encontramos a verdade, Somos salvos. PREGAR O EVANGELHO TEM UM PREÇO, QUE MUITOS NÃO QUEREM PAGAR. O evangelho sem cruz, não é verdadeiro. O Senhor Jesus deu sua vida por nós, e Ele pede que também nós entregamos nossa vida a Ele. Mt. 16:24 “...Se alguém quiser vir após mim, renuncie a si mesmo, tome sobre si a sua cruz e siga-me.”
Sabemos que em mais de 90 países, a igreja é hoje duramente perseguida. Muitos estão morrendo por sua fé, outros estão presos e milhares estão deixando tudo para trás, por amor a Jesus? E nós, quanto tempo ainda nos resta?
Na maior parte do tempo trabalho sozinha. Por outro lado os pregadores do falso evangelho; espiritas, russelitas, neopentecostais e outras seitas saem em grande número para espalhar a mentira. Como podemos ver, precisamos redobrar a nossa perseverança.
Quero agradecer a amada Igreja, pelas orações em meu favor e do trabalho, bem como pelas contribuições financeiras. Que Deus vos recompense e fortaleça cada dia. Acima de tudo agradeço ao Senhor por sua graça, fidelidade e bondade em me sustentar na sua obra. Confesso que muitas vezes tenho me sentido desanimada e desencorajada a continuar. Mas por meio da leitura, estudo e meditação da Palavra sou encorajada a prosseguir. Sabemos que a Palavra de Deus é viva e eficaz, mais penetrante do que uma espada de dois gumes, e penetra até a divisão da alma e do espirito, ...”( Hb. 4:12). Vejamos ainda outros textos que nos ajudam muito.( Josué 1:8 e 9) ; (I Cor. 15:58); ( Rm. 8); (Ef. 6); (Hb. 12). Conforme II Tm. 3: 16 e 17; Sabemos que toda a palavra de Deus é inspirada e útil para todas as nossas necessidades espirituais, emocionais e materiais. Agradecemos ao Senhor por que, sua Palavra é a verdade.
Atenciosamente, no amor de Cristo
miss. Iloni Juraci Leuck


http://www.mbbf.org.br/perfil_missionario.php?id=iloni



COMENTÁRIOS DO AUTOR DO BLOG

A biografia e a carta missionária de Iloni são escritos recentes. Sua formatura no Curso de Educação Cristã do Seminário, uma espécie de curso de magistério cristão fundamentalista, para mulheres, já que estas não são, ainda, pastoras, e que na época ficava no nível de um curso avulso, sem reconhecimento oficial do Ministério da Educação.
Formada em 1981 porque o curso destinado as mulheres tem menor duração que o "Pastoral" destinado aos homens, Iloni representa a duração mental do pensamento fundamentalista que embalou as convicções dos pioneiros do movimento batista regular no sul do Brasil, missionários e pastores que lecionaram e dos próprios alunos. Há o ideário de converter, de pureza fundamentalista de doutrina e o espírito apologético que pautava o dogma do separatismo eclesiástico dos pioneiros de Pinhais. Recentemente fiz contato com a Missionária Iloni e dela recebi uma mensagem, razoavelmente, agressiva, própria do fundamentalismo. Como retorno lhe escrevi perguntando sobre obras sociais realizadas em seu ministério, para a qual nenhuma satisfação me deu. Segue sua recente resposta a mim:

"Boa noite Acir, Muito obrigada por se lembrar de mim e desejo que tenhas um feliz 2016. Quero dizer que me preocupo com as pessoas, seja qual for sua condição; social, intelectual, ética ou moral. Sou missionária e por isso gosta de fazer perguntas a fim de saber onde as pessoas se encontram e assim posso ajudar. Você frequenta alguma igreja e você se considera uma pessoa salva. Essa é uma pergunta geral que faço a todas as pessoas que ainda não sei exatamente o que elas creem sobre a vida após a morte.  Essa é uma pergunta muito importante e a Bíblia nos dá uma resposta segura, podemos saber com toda a certeza que somos salvos e isso fará a diferença para toda a  eternidade, não há dúvidas. Na Bíblia encontramos muitas referências, mas quero citar apenas uma. (I João 5:13). Agora, se você se considera um salvo conforme a Bíblia diz, desconsidera as minhas perguntas. Certo!  Um abraço. Iloni" - [Date: Fri, 1 Jan 2016 20:50:07 -0400Subject: Re: Feliz Ano Novo
From: ilonijuraci@gmail.com
To: acirpr@hotmail.com]