quarta-feira, 9 de julho de 2014

O Pastor e sua vocação - Parte 2

Manoel Messias Dias  Costa, pastor
 
 
 
 
I. Um ministério para a glória de Deus - 1 Cor. 10:31; Fil. 1:20
 
O pastor bem sucedido será aquele que buscar a glória de Deus em sua carreira. O ministério de Paulo era voltado para a glória d'Aquele que o chamou.
Quem estiver vendo o pastorado como um meio de promoção pessoal, já está fadado ao fracasso mesmo antes de começar. Quem pretender ter uma vida de fama, de glória, de destaque através do Ministério, desista antes de começar. O Ministério não é um meio de promoção pessoal. O Ministério é exercido para a glória de Deus e tão somente isso.
Desconheço um pastor sério que tenha ficado rico através do Ministério. Deus promete suprir as nossas necessidades, mas dar riquezas através do pastorado, não.
Também, desconheço, um pastor que tenha recebido a glória deste mundo pelos seus serviços prestados ao Evangelho. Geralmente, os grandes homens de Deus ficam no anonimato na história da humanidade, salvo raríssimas exceções, que vêm a confirmar a regra.
O Ministério tem que ser para a glória de Deus, pois é com muitas dificuldades que o chamado exerce  suas funções.
 
a) O Ministério, via de regra, oferece uma vida econômica mais difícil. Fil. 4:10-15
 
Paulo, o maior ganhador de almas dentre os homens, teve dificuldades econômicas durante as suas viagens missionárias. Isto ocorreu, devido à infidelidade das igrejas de sua época. Nenhuma igreja mandou as contribuições quando ele partiu da Macedônia (Beréia) para Atenas, Corinto, Eféso e Antioquia, com exceção da igreja em Filipos - Fil. 4:15. Isto fez com que ele se visse obrigado a fazer tendas em Corinto  - Atos 18:3.
Talvez, o pastor seja o único "trabalhador" que não possa "reivindicar seus direitos" fazendo protestos, greves, ameaças. E isto, é motivo de muitas vezes ele passar sérios problemas econômicos.
Todas as categorias profissionais pode reivindicar seus direitos. Todos os profissionais se organizam através de uma entidade de classe que defende seus direitos junto aos patrões. O pastor, porém, não pode fazer parte de entidade semelhante, pois seria uma atitude anti-ética. Ele fica condicionado à sensibilidade dos membros de sua igreja que nem sempre são tão sensíveis assim. É comum sabermos de pastores que foram solicitados a não terem sustento majorado ou até aviltado, pois segundo alguns membros de suas igrejas, eles "estavam ganhando demais".
Quando o pastor leva à sua igreja a necessidade de receber um aumento em seu sustento, há quem diga que ele está exercendo o Ministério por dinheiro.
Não é incomum acontecer de o pastor ficar anos sem o seu sustento reajustado, para se equiparar às perdas inflacionárias que teve devido a este mal que corrói salários. Queira Deus que o D. L. 2.083 do Presidente José Sarney acabe de fato com a inflação.
Também, é comum acontecer de o sustento pastoral ser diminuído no decorrer dos anos, pois os índices aplicados nos reajustes são inferiores aos da inflação.
Outro fator que geralmente ocasiona dificuldades econômicas ao pastor é o fato de alguns terem vindo de uma função secular que lhe oferecia um salário melhor, para se submeterem a um sustento inferior.
Digo, sem medo de errar, que o pastor, via de regra, ganharia um salário muito superior em uma atividade secular do que aquele que ganha no Ministério.
Portanto, se alguém pensa em levar vantagens pessoais na área econômica através do Ministério, escolheu a função errada. Vá ser engenheiro, advogado, médico, etc. No Ministério não há lugar para se fazer dinheiro, fortuna. Deus, certamente, supre todas as nossas necessidades, porém, não enriquece através do Ministério. Assim como a porção dos levitas era o Senhor - Núm. 18:20, a porção do pastor, também é Ele.
Os levitas não tinham direito à divisão da Terra Prometida, para que dependessem do Senhor, o pastor também não recebe riquezas materiais para que dependa igualmente dEle.
 
 
 
Notas do proprietário do Blog
(1) Existem as famosas Ordem dos Pastores, Ordem dos Diáconos, verdadeiros sindicatos pastorais.
(2) Em 1986, quando foi escrito pelo Pastor Manoel Messias este texto, o sucesso empresarial do neopentecostalismo não era conhecido.
(3) Quem quer ser bem resolvido financeiramente, então, pode deixar o chamado ministerial, ao contrário do que afirmou na introdução da mensagem?
(4) Pode-se discutir aqui o pastorado com regime de dedicação exclusiva ou os pastores que fazem bico ou do pastorado um bico.
 


Nenhum comentário:

Postar um comentário